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  • Marina Vasconcellos

“Sexo é fundamental no casamento?”

Bem, logo de cara arrisco a dizer: “não, sexo é muito importante, mas não fundamental”.


Publicado no Minha Saúde Online em 13/02/2014


Com o tempo de convivência a frequência das relações sexuais naturalmente diminui entre o casal. A rotina cansativa, as demandas de trabalho, filhos, tarefas de casa, horas perdidas no trânsito congestionado (para aqueles que moram em cidade grande), doenças, enfim, há muitas variáveis que levam ao desgaste físico e emocional das pessoas, diminuindo a vontade e disponibilidade para fazer sexo com tanta frequência.


O ideal seria que não deixássemos o “fogo” do início se apagar tão rapidamente, pois o sexo feito entre duas pessoas que se amam tem o poder de criar intimidade, unir os dois, trazer bom humor e mais carinho na relação, melhorar o astral, facilitar o diálogo mesmo sobre temas mais delicados - já que o clima entre o casal costuma ser mais leve e contar com a cumplicidade entre eles -, melhorar a auto estima, relaxar, queimar calorias.


Algumas pessoas acham que se não há sexo, a relação é considerada apenas uma “amizade”. Talvez para alguns isso seja o suficiente, com a idade mais avançada, já sem a energia ou a necessidade de realizar o ato em si. O amor e a história de vida construída entre o casal superam a ênfase que é dada ao sexo em determinada fase da vida, e eles não mais sentem falta desse contato. O andar de mãos dadas, dormir abraçado, tratarem-se mutuamente com carinho, importarem-se um com o outro, curtirem os netos, passearem juntos, desfrutarem a tranquilidade de assistir a um filme em casa, enfim, tudo isso e muito mais passa a ser o que une o casal.


Porém, em especial no início da relação é muito importante que o casal se dê bem sexualmente falando, pois como dito acima, o sexo traz inúmeros benefícios. Se com apenas alguns anos de união a frequência do ato cai em demasia, ou até total, há algo errado, e é preciso investigar o que está acontecendo.


Sabemos que a vida de casados não é como a de namorados, onde tudo é “lindo”, a saudade é sempre grande, o tesão é manifestado a toda hora, as carícias são frequentes, assim como os elogios e trocas de amabilidades. Quando se casa, infelizmente o casal vai se distanciando aos poucos, muitas vezes sem se dar conta disso, e deixa as preocupações e tarefas do dia a dia minarem essa energia toda tão gostosa que caracteriza as relações em seu início. Uma pena!


Porém, o importante é não esquecermos a vida sexual. Grande parte das pessoas passa a viver apenas os papéis de pai e mãe em detrimento dos de marido e mulher. Os amantes são esquecidos, transformando-se apenas em pais, deixando de regar a relação a dois como se deveria. Quem já não ouviu um casal chamando-se mutuamente de “pai” e “mãe” por aí?


Não há uma regra que estabeleça o número “normal” de relações sexuais que um casal deve ter durante a semana, ou no mês... Cada um tem uma necessidade específica, que será saciada levando-se em conta inúmeros fatores internos e externos. O problema está quando um ou ambos estão insatisfeitos com a frequência e não conseguem falar a respeito, deixando a frustração se acumular, criando um enorme abismo afetivo entre eles. E é aí que pode se abrir a porta para a entrada de um “terceiro” na relação.


Enfim, sexo é importante e deve ser cuidado e valorizado numa relação, mas há situações onde ele praticamente não existe, e mesmo assim o casal se ama e convive bem. Afinal, quem somos nós para julgar as escolhas e desejos das pessoas?

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