Publicado no Minha Saúde Online em 05/12/2013
É cada vez mais frequente encontrarmos famílias reconstruídas onde filhos de diferentes pais moram na mesma casa. Mas essa convivência nem sempre é harmoniosa, e necessita de cuidados especiais para que possa fluir sem maiores problemas.
Aqui vão algumas dicas que podem ajudá-lo nessa questão.
Em primeiro lugar, lembre-se de que quando se une a alguém que já possui filhos, o “pacotinho” vem junto, ou seja, não adianta competir pela atenção do parceiro porque é quase certeza de que você perderá.
Nunca, de maneira alguma, tente impedir que o cônjuge veja os filhos, caso não morem com vocês. Lembre-se que ele se separou de um relacionamento amoroso, portanto o vínculo de marido e mulher foi cortado. Mas o de pai/mãe permanece para a vida toda!
Não se coloque como “substituto” da mãe ou do pai porque esse não é seu papel.
Madrastas e padrastos devem respeitar a existência dos pais biológicos e procurar não interferir em questões mais delicadas ou grandes tomadas de decisões, quando isso diz respeito aos pais. Isto,é claro, em se tratando de pessoas de bom senso e responsabilidade, pois há casos onde o melhor a fazer é realmente manter os filhos longe de um dos pais quando este é muito comprometido emocionalmente, causando danos ao desenvolvimento saudável do filho.
Se achar que algo está errado na educação do enteado não vá falando diretamente com ele a esse respeito. Converse com o cônjuge primeiro, abordando com cuidado o assunto e colocando sua posição para que não passe por cima da autoridade deles. Quem deve abordar o assunto com o pai ou a mãe dos enteados é o cônjuge, e não você.
Não fale mal dos pais para os enteados, pois isso pode deixá-los com vergonha, humilhados ou mesmo revoltados. Mesmo que sejam pessoas emocionalmente doentes, é importante referir-se a eles com cuidado, evitando ofensas e xingamentos. Essa atitude de respeito pelos sentimentos do outro ajudará a criar um vínculo de confiança e maior afetividade entre vocês.
Por outro lado, valorizar o companheiro novo e mostrar o quanto está feliz ao lado dele aumentará a chance de seus filhos se aproximarem e o acolherem com simpatia e coração aberto, já que quando os pais estão felizes o clima melhora, a energia boa impera e os filhos tendem a receber bem aquele que contribui para a harmonia familiar.
Mostre-se disponível para o diálogo sempre com seus enteados. Essa atitude facilita a construção da confiança entre vocês e a consequente relação de proximidade e cumplicidade.
Tenha um lugar garantido para receber seus enteados, caso não morem com você. Os finais de semana intercalados provavelmente acontecerão, onde a convivência será obrigatória. Mas pode ser gostoso estarem juntos se eles se sentirem acolhidos e bem quistos – e vice versa! -, e não “intrusos” na casa dos próprios pais...
A partir do momento em que todos moram juntos, não deve haver distinção entre filhos e não filhos na hora de tomar decisões que afetem a família toda. O tratamento não pode ser à base de privilégios e exclusões, pois isso só gera tensão, ciúme e rivalidade entre enteados e filhos – tudo o que deveria ser evitado ao máximo!
Numa boa educação, obediência, disciplina, respeito e limites devem ser exigidos de todos, independente de serem filhos biológicos ou não. Agora, a forma como esses itens são passados deve sempre ser permeada pelo afeto. É possível ter autoridade sem ser autoritário, lembre-se disso.
Enfim, sempre que existe boa vontade, bom senso, maturidade e disponibilidade para o diálogo, assim como flexibilidade para negociações e mudanças de posturas, as relações tendem a fluir melhor, superando possíveis conflitos que apareçam.
Abra seu coração, respire fundo e seja feliz!