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Os benefícios da psicologia

Publicado no portal Terra, 28.01.12


Uma das dúvidas entre as pessoas com doenças cardíacas é até que ponto as terapias psicológicas podem ser um aliado para o tratamento. Para responder a esta e a outras questões, o especial Coração Saudável entrevistou por e-mail a psicóloga formada pela PUC-SP Marina Vasconcellos, especialista em psicodrama terapêutico pelo Instituto Sedes Sapientiae.


As terapias psicológicas (análise, acompanhamento emocional) fazem bem ao coração?

Sim, tudo que faz com que nos conheçamos melhor tende a nos fazer bem, a melhorar nossa qualidade de vida em todos os aspectos. Consequentemente, fazem bem ao coração.


Como essas terapias podem ajudar quem sofre de problemas cardíacos?

As pessoas que sofrem de problemas cardíacos convivem com a insegurança de um “imprevisto” a qualquer hora. Ou seja, vivem com o risco iminente de morte, que os assombra frequentemente. Numa terapia, há espaço adequado para se expressar esse medo, lidar com ele da melhor forma, assim como falar abertamente sobre todas as questões que nos afligem na vida. Dividir as inseguranças com alguém que nos ouça e nos auxilie a enfrentá-las e também a enfrentar o medo é fundamental para que possamos viver com mais tranquilidade.


Quais terapias psicológicas são mais indicadas como adjuvantes ou complementares no tratamento de doenças cardiovasculares?

Qualquer terapia que tenha como princípio básico o autoconhecimento e a melhoria da qualidade de vida influencia positivamente no tratamento. Há algumas linhas terapêuticas mais dinâmicas e rápidas em seus resultados, outras mais demoradas. Terapias em grupos temáticos nesses casos são bem eficazes, pois permitem que a pessoa sinta-se acompanhada e compreendida em seus medos por outros que passam por problemas semelhantes. Cada um deve escolher aquilo com que mais se identifica e, em especial, deve gostar do terapeuta (existir empatia) e confiar em seu trabalho.


Quais doenças no coração podem ter esse aliado em seus tratamentos?

As terapias psicológicas auxiliam no tratamento de qualquer doença cardíaca, à medida que proporciona ao indivíduo falar abertamente sobre seus medos, angústias, temor da morte, enfim, dá a oportunidade da pessoa rever sua vida, sua rotina, suas relações. Em muitos casos, há a necessidade de uma mudança brusca no estilo de vida, com hábitos totalmente diferentes a serem adotados, o que requer especial atenção para uma boa adaptação às mudanças e aceitação delas.


Qual a eficácia desses métodos no tratamento?

Se a pessoa está disposta a se abrir e rever sua vida, a se autoconhecer e melhorar suas relações com as pessoas ao seu redor, a eficácia pode ser muito boa. Tudo vai depender do quanto o paciente está disposto a realmente utilizar a terapia como um instrumento a seu favor.


Em que aspectos a terapia contribui diretamente? Pressão arterial, repouso, relaxamento?

A terapia contribui diretamente em tudo, posto que todos os aspectos serão abordados. A pressão é geralmente muito ligada ao emocional, e quando se trabalham questões delicadas, de difícil acesso, há grande possibilidade de a pressão diminuir. Há técnicas de relaxamento utilizadas em algumas linhas que podem facilitar a adesão ao tratamento de pessoas muito ansiosas. Em muitos casos, previne o aparecimento de uma possível depressão.


Os hospitais, postos de saúde e clínicas já oferecem esse tipo de suporte para quem sofre com doenças cardíacas?

Alguns hospitais oferecem esse serviço, como o Incor (Instituto do Coração) e o HC (Hospital das Clínicas). Em postos de saúde, nem sempre se encontra atendimento adequado, e as filas para atendimento são grandes.

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