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Tem amigos e parentes reclamões? Veja como combater negativismo alheio

Publicado no portal UOL - VivaBem, 03.03.21

Por: Heloísa Noronha


Pessoas pessimistas e reclamonas podem ser encontradas aos montes: no trabalho, na vizinhança, no círculo de amigos e até mesmo na família. Nos dias de maior vulnerabilidade, é muito difícil não se deixar contaminar por tanto baixo-astral. Mas com algumas táticas é possível suavizar a convivência e, com sorte, até levar o outro a repensar o comportamento.


Fontes: Ana Gabriela Andriani, mestre e doutora em psicologia pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em psicoterapia dinâmica breve pelo IPq-HCFMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo); Fernanda Tochetto, psicóloga especialista em carreiras; Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar e de casal pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Roberta Borrelli, psicóloga especialista em gestão de recursos humanos pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro (RJ); Vanessa Jaccoud, psico-oncologista, psicóloga clínica e psicóloga residente no ambulatório de psicossomática a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.


Evite o reforço negativo Se você se dispõe a ouvir infinitamente as lamúrias alheias, acaba reforçando na pessoa a noção de que ela está fazendo tudo certo. Afinal de contas, você vem dedicando seu tempo a escutar tudo, não é mesmo? A dica é estar disponível para o outro, mas não em função dele. Mostrar-se atento e interessado é importante durante uma conversa, porém mais essencial ainda é pontuar respeitosamente o comportamento que poderia ser revisto pelo indivíduo queixoso. É preciso ser claro e respeitoso ao comentar que percebe um "modus operandi" em desequilíbrio - o qual você lamenta, mas não consegue se encaixar, uma vez que as coisas, sob sua ótica, são vistas de outra forma.


Persista no positivismo As pessoas têm, sim, a capacidade de contaminar os outros com o baixo-astral, principalmente quem está numa fase mais vulnerável. No entanto, o contrário também é verdadeiro: é possível influenciar positivamente um pessimista. Em vez de criticar a realidade psíquica do outro, apresente a sua. Assim você não provoca um conflito, mas convida à reflexão e provoca para uma nova possibilidade de entendimento da situação. Se conseguir apresentar um exemplo prático, que sinalize o comportamento e o resultado obtido, provavelmente suas palavras farão ainda mais sentido para quem ouve.


Aprenda a diferenciar o que é do outro daquilo que é seu O que o colega de trabalho ou o melhor amigo sente é dele, e sobre esse estado você não tem controle. Portanto, não o tome como sua realidade. É preciso estar em constante processo de autoconhecimento, revisitando valores, potenciais, desejos, necessidades e sonhos. É fundamental ter em mente que cada pessoa é responsável apenas pelo seu próprio processo de desenvolvimento, e não pelo do outro. Se blindar não significa evitar interagir, mas filtrar aquilo que não é seu, mostrando ao outro, de forma sutil e não invasiva, um jeito mais leve de viver.

Reflita se os conteúdos alheios despertam seus gatilhos Em alguns casos, as emoções que a pessoa compartilha podem se assemelhar a algum sentimento que você não consegue reconhecer nem perceber em si mesmo. Assim, no momento em que você se dá conta que está se deixando afetar pelo o que se passa com o outro, é importante questionar se isso tem algo a ver com o que acontece em sua vida emocional. Caso identifique semelhanças, procure entender o que está vivendo e sentindo, para que possa romper algum padrão ou mudar de atitude.


Avalie o sentido e a importância que a relação tem em sua vida Pondere as razões pelas quais a mantém. É um relacionamento íntimo, próximo, de longa data? Apesar de conter aspectos carregados de negatividade, apresenta lados afetuosos? Existem trocas? Há espaço para as diferenças? Esses são alguns pontos fundamentais a serem observados. Da mesma forma, o questionamento sobre a continuidade ou não da relação nos moldes atuais é válido, se a convivência gera angústia, frustração, sofrimento e custa a sua saúde mental.


Cuidado com o excesso de empatia É óbvio que a empatia é um fator crucial nas relações interpessoais. Muitas pessoas, entretanto, desconhecem que ser empático é se colocar na posição do outro para entender a forma como ele pensa, sente e reage às situações --e não viver a questão ou o problema alheios.


Ofereça ajuda

Caso o fato de ter que lidar com o negativismo alheio seja um contratempo recente, reflita sobre o que pode estar acontecendo na vida da pessoa. A pandemia do novo coronavírus forçou muita gente a enfrentar medos e situações nunca antes imaginadas, então o pessimismo e o baixo-astral podem ter ficado acentuados. Além disso, mau humor, mania de reclamar, preguiça e desânimo também costumam ser sintomas de uma depressão leve. Dessa forma, vale a pena exercitar a empatia e o acolhimento, esforçar-se para entender as dificuldades alheias e, claro, propor-se a ajudar ou sugerir uma consulta com um psicoterapeuta.

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