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O que as mães adoram nos pais que participam (mesmo)


Publicado em itmae/uol ,09.08.18

Daniela Folloni


Pais participativos que, mais do que brincar, colocam a mão na massa: trocam fralda, ajudam nas tarefas da escola, cozinham… Estamos vendo cada vez mais famílias em que essa parceria entre pai e mãe acontece. “Nas novas gerações o pai assumiu mais tarefas na criação dos filhos, não deixando recair tudo sobre a mulher – já que esta também trabalha fora agora. Passou a participar de cuidados básicos antes exclusivos das mães, como trocar fraldas, dar comida e banho, acompanhar tarefas da escola, ir a reuniões de pais, levar os filhos às atividades extra curriculares, entre outras. Com isso, a relação pai e filho melhorou bastante, aproximando um contato antes bem formal e distante”, diz a psicóloga Marina Vasconcellos, terapeuta familiar e de casal pela UNIFESP. Segundo a psicóloga, as crianças ganham a proximidade afetiva do pai. “Agora ele consegue construir um vínculo muito mais intenso  e a criança só tem a ganhar, já que convive com o jeito de ser feminino e masculino e suas diferenças desde cedo.” E as mães o que ganham com isso? Perguntamos para elas.



“Em casa não tem essa de ‘não posso sair, porque meu marido não sabe dar comida pra bebê’, ou se saio, não fico com medo de ele não saber cuidar da Alice se ela chorar. Nós dividimos tudo isso desde o início, e é ótimo porque assim fica leve para nós dois. O Lucas assumiu para ele, por exemplo, o “turno da noite” com a Alice. Desde quando eu amamentava, e precisava dormir para ter mais leite, ele ficava com ela de madrugada para que eu pudesse descansar. Isso também foi muito importante para mim, principalmente durante o baby blues. E, quando está pesado, está para os dois, o que facilita entender irritação, cansaço etc.” Danielle Leonel Sanches, 35 anos.


O pai: Lucas Renan Bessel, 33 anos A filha: Alice, 1 ano e 5 meses


O Lucas divide todos os cuidados com a Alice desde o nascimento dela. Inclusive o “turno da noite” é dele – e isso foi muito importante para Danielle, especialmente na fase do baby blues.



“Quando os gêmeos nasceram, o Rony fazia de tudo. Era ele quem dava banho todos os dias. Ajudava a trocar as fraldas e dar comida. Ele é um homem com um coração enorme e do tamanho de seu coração é o tamanho do seu bom humor e animação. Sempre que consegue voltar mais cedo do trabalho, ele aproveita para brincar com os meninos. Brincam de cabana, esconde esconde, montam castelos com peças de montar e plantam feijão para aprender como as plantinhas nascem. Aos finais de semana sempre fazemos programas em família. Mas, quando eu estava grávida da Nina e logo depois que ela nasceu, eu estava muito cansada e ele não deixava a peteca cair. Sempre levava os meninos ao parque para andar de bicicleta, andar de patinete, jogar bola, brincar na areia e muito mais. Eu sou daquelas mães super protetoras e preocupadas. Morro de medo que eles se machuquem, mesmo que seja apenas um arranhão. Então, graças a ele, esse pai maravilhoso, os meninos têm experiências e aprendizados incríveis. Karina Masijah Vainzof  35 anos.

 

O pai: Rony Vainzof 38 anos Os filhos: Dani e Theo, 1 ano e 11 meses, Nina,  2 meses


Rony sempre deu banho nos gêmeos, tem o maior pique para brincar e não deixou a peteca cair quando Karina engravidou a Nina, assumindo os cuidados e passeios com os maiores sozinho.



” Meu papel é o departamento de compras e RH. O dele é financeiro e produção. Hahaha. Como qualquer organização, um lar tem que ter os papéis bem definidos e acordados para que TODOS possam se organizar e contribuir para o bom funcionamento. Nenhum papel é menor ou menos honroso que o outro. Todos são importantes. O Daniel fica com meninas quando eu vou correr ou quero tomar um café com as amigas.  E tem muito ânimo pra sair com elas, fazer esportes, etc. Arruma até bolsa térmica com os isotônicos e lanchinhos. Isso eu acho o máximo!  Bom mesmo é quando nenhum se sente sobrecarregado ou esquecido. Por vezes, alguns papéis se confundem ou deixam de ser cumpridos e isso dá problema. Afinal, ninguém aqui vive um lar de propaganda de margarina, mas nessas horas a gente conversa e reafirma os compromissos mútuos, pois o principal é querer fazer dar certo! Erika Olivatto Teixeira Lacerda Leite 42 anos.


O pai: Daniel Lacerda Leite, 38 anos As filhas: Ester, 10 anos, e Anna, 8 anos


O Daniel fica com meninas quando a Érika vai correr ou quer tomar um café com as amigas. E nos fins de semana as atividades esportivas também são com ele – com direito a bolsinha com lanche e isotônico.



“O Ricardo é o coração da casa, tento aprender com ele e até terapia tenho feito para deixar de ser a pessoa prática e do fazer e passar a ser um pouco mais como ele do ser, sentir, e estar. O Ricardo é muito da conversa e dos bons papos. Ele e o Rafa gostam muito de futebol então esse também é o momento deles: jogos na tevê, no estádio ou no PlayStation. A Maia já gosta das bonecas então ele é o pai ou o namorado das “filhas” dela no brincar de faz de conta. Também é pai da Isabela e da Camila, do primeiro casamento. Então, antes mesmo de termos o Rafa, eu já sabia que ele era um paizão com P maiúsculo. Sempre as incluiu em tudo que fazíamos, mesmo grávidos. Elas iam aos ultrassons, ajudaram no enxoval, no primeiro banho, na troca de fralda. O Ri faz questão de que os quatro estejam sempre juntos e presentes na vida um do outro. E se vira em 30 para agradar e estar presente na vida de cada um dos quatro. Teve época que eu me perguntava como ele conseguia buscar a filha de 15 anos na matinê, levar a filha de 19 para balada, acordar de madrugada e dar mamadeira para a menor e já sair para buscar a mais velha na balada. E, no outro dia de manhã ir para competição de judô do filho de 9. Ele ensina as crianças e a mim a meditar, a respirar!” Bárbara Brañas Gusmão, 41.


O pai: Ricardo Pimentel Bozyk, 47 Os filhos: Camila, 19, Isabela, 15, Rafael, 9 anos, Ana Maia, 4 anos


Ricardo é pai de quatro e zen: não pira mesmo quando tem que levar uma filha na matinê, buscar a outra na balada, dar a mamadeira na madrugada para a menor e acordar cedo para assistir a competição do judo do menino.



“Como eu faço a parte comercial da Feira Ópera, muitas vezes viajo entre 7 a 10 dias e o Fred cuida de absolutamente tudo e com excelência. Sinceramente, quando eu volto as crianças estão um “reloginho”. Ele ensina muito bem as crianças a serem organizadas, a guardarem os brinquedos no final da brincadeira, tirarem os sapatos antes de entrar em casa, a cuidar das coisas deles de uma forma geral. Aqui em casa, nossa rotina é bem dividida. Os banhos, por exemplo, até os 2 meses era só ele quem dava…aliás, ainda hoje ele tem o hábito de dar os banhos diariamente. Busca na escola, vai nas reuniões, leva na natação, põe para dormirem… Ele também tem uma alimentação balanceada. Adora cozinhar nos finais de semana, as crianças adoram a comida do papai e passam a gostar de alimentos que achavam não ser bons. Pouco tempo atrás, o espinafre foi a bola da vez.” Fernanda Menezes, 37 anos.


O pai: Fred de Cunto, 45 anos Os filhos: Gabriela, 6 anos, e Felipe, 3 anos


Fred com as crianças. Quando Fernanda viaja a trabalho, a rotina foca por conta dele integralmente. Segundo Fernanda, as crianças vieram um reloginho.



“O Rodrigo tem uma rotina puxada de trabalho (sai de casa às 5h30 e volta às 18h30), mesmo assim ao chegar, serve o jantar comigo e antes do banho ainda tem pique para brincar de bola ou de luta com os meninos.  Normalmente, eu trabalho aos finais de semana e os meninos ficam por conta dele: desde o café da manhã, até o passeio no parque. Ele serve o almoço, leva para o futebol, para tomar sorvete. Quando tem reunião na escola, ele sempre quer ir para conversar com os professores. No último ano, passou a se envolver mais com a cozinha e além de esquentar a comida, agora sabe cozinhar. Faz a melhor batata doce na chapa (os meninos amam) e a melhor vitamina de banana ! O Ro tem um suuuper cuidado com a casa! Cuida do lixo, lava tooooda a louça aos finais de semana e ensina as crianças a cuidarem também: sujou, limpou! Ele fica do lado mas incentiva e instrui a usar o aspirador, e inclusive a limpar com bucha e sabão a marca de mão (ou pé!) sujo na parede. Para quem acha que ele é perfeito, qualquer dia mando a lista dos defeitos! Risos”  Isabel Asckar Cavenaghi Pereira, 43 anos.


O pai: Rodrigo Pereira, 43 anos Os filhos: Mateus, 12, e Lucas, 6 anos


Mesmo com essa novo comportamento, ainda há muitos pais que deixam a maioria dos cuidados com as crianças por conta das mães. Existem maneiras de incentivar o pai a participar mais? “A mulher tem a tendência a cuidar mais, por seu jeito de ser. Seu modo de ver as coisas é diferente do homem, costuma ser mais afetiva, maternal e consegue expressar mais seus sentimentos. Portanto, os cuidados com os filhos acabam recaindo mais sobre elas naturalmente, independente de trabalhar fora ou não. Muitas lidam com isso numa boa, e gostam desse papel que assumem. Outras reclamam e gostariam da participação maior do pai. Aí é uma questão de conversar e pedir a ele que participe, pois muitos não fazem ideia de como ou o que fazer, já que podem ter sido criados por mães que faziam tudo em casa. Os modelos que cada um teve com os próprios pais influenciará diretamente no tratamento que ele dará aos filhos.”, finaliza Marina



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