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  • Imprensa

Não confunda independência financeira com independência afetiva

Publicado no portal IG em 26.06.13

Os homens gostam, sim, de mulheres fortes e independentes, mas que saibam expressar seu afeto.


Quem já não se deparou com a afirmação: “Homens se assustam com mulheres fortes e independentes”?


Essa frase está incompleta, o que causa uma errônea interpretação. Na verdade, os homens gostam e admiram esse tipo de mulher. O problema está quando ela passa a se considerar totalmente independente afetivamente, não demonstrando a necessidade da presença masculina ao seu lado, achando que pode dar conta de tudo, dispensando a ajuda do homem que gostaria de se sentir mais importante e valorizado em sua vida.


Há mulheres que, por terem uma posição de destaque em seu trabalho e serem muito bem remuneradas por isso, não aceitam presentes ou certas atenções de seus parceiros por acharem que “não precisam disso”. Independentes financeiramente, colocam-se na relação de forma a fazer com que o homem sinta - se absolutamente dispensável, quando na realidade não é bem assim que as coisas se dão.


O que há de errado em aceitar que o homem a convide para jantar e pague a conta, se assim o desejar? Só porque ganha bem não pode aceitar uma gentileza, ou um presente, pois isso significaria mostrar-se inferior?


É comum ouvir de mulheres fortes a afirmação de que não precisam de um homem que as sustentem. Ótimo, bom para ambos quando existe essa independência financeira, pois a relação fica mais leve e sem interesses por trás. Mas é aí que mora o perigo: quando ela confunde o cuidado ou a gentileza do homem com atitudes de cunho “superior” da parte dele, ou seja, o prazer de oferecer um jantar num local especial para sua amada e pagar a conta é erroneamente interpretado como a tentativa de mostrar a ela que ele domina o casal, que tem mais condições financeiras para bancar as saídas, e não raro, que ele desqualifica o dinheiro da mulher achando que o salário dela deve ser gasto apenas com “supérfluos”, como cuidar da beleza, comprar roupas, etc.


Pensando dessa forma, a mulher impede o homem de demonstrar seu romantismo, transformando qualquer ato que envolva dinheiro em uma disputa pelo poder na relação. O problema está nela, na forma como interpreta as atitudes de seu parceiro, na maneira distorcida que lida com o dinheiro. Geralmente são mulheres inseguras, que precisam constantemente provar para si e para o outro seu poder ou sua capacidade de se bancar. Assim, não consegue relaxar e usufruir de momentos que seriam prazerosos juntos, pois a preocupação em se mostrar independente se sobrepõe à cumplicidade.


A repetição dessas situações acaba por afastar o homem que não se sente “necessário” na vida de uma mulher tão independente, tão “segura de si”, cheia de autonomia. A fragilidade não tem espaço nem permissão para se mostrar; a necessidade de carinho e atenção, com demonstrações de afeto, dá lugar a uma relação quase fria, onde a mulher se coloca como forte, como se não fizesse questão de ser tratada em muitos momentos com meiguice e agrados. Não, jamais! Isso é para “menininhas adolescentes”!


Uma pena, pois essas mulheres não se entregam por completo na relação e estão sempre preocupadas em mostrar-se mais forte do que realmente o são. Deixam o homem sentir-se não importante em sua vida, quando na verdade é o contrário que sentem. Admitir que querem e sentem falta de carinho, afagos e cuidados seria como admitir que não dão conta da própria vida sozinhas, precisando de um homem que as façam felizes.


No dia em que descobrirem a diferença entre “precisar” de um homem ao lado e “querer” estar acompanhada, aí sim talvez se entreguem para uma verdadeira relação a dois, permitindo-se viver plenamente o afeto, recebendo presentes e manifestações de gentilezas sem desconfianças ou competições por trás.


Afinal, que homem não gosta de se sentir importante na vida de uma mulher? (e vice versa, é claro!).



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