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Enteados: como viver em harmonia

Publicado no Portal Vital, 07.03.14



O perfil das famílias brasileiras mudou. De acordo com dados do IBGE, cerca de 20% dos casamentos no Brasil são de pessoas que já tiveram um matrimônio anterior. Na maior parte das vezes, isso implica unir, num mesmo contexto, enteados, madrastas e padrastos – o que não é nada fácil. Afinal, trazer um novo parceiro para a rotina dos seus pequenos ou aprender a conviver com os filhos do atual companheiro, por exemplo, requer muita dedicação, paciência e compreensão.

Roberta Palermo, terapeuta familiar e autora dos livros Madrasta, quando o homem da sua vida já tem filhos e 100% Madrasta – quebrando as barreiras do preconceito, diz que essa é uma situação de adaptação para todos os envolvidos. Assim, é fundamental que o adulto passe segurança para a criança.

“O ideal é que tudo seja conversado, mas os pais devem deixar claro que estão no comando. Existe uma hierarquia: o casal decidiu começar uma vida amorosa, e os pequenos precisam receber o novo membro familiar com respeito”, afirma.

Por sua vez, Marina Vasconcellos, psicóloga e terapeuta familiar, explica que, para a relação começar bem, a madrasta ou o padrasto deve se aproximar do enteado com cautela, sempre demonstrando que não há qualquer tipo de competição e que o amor do pai ou da mãe em relação a ele não vai mudar. “É preciso também estabelecer o papel de cada um, afirmando que o(a) parceiro(a) não está ali para substituir ninguém”, completa.


Como impor limites

Conquistar a simpatia dos enteados é importante, mas um dos pontos mais complicados é a participação efetiva na educação, principalmente porque isso envolve autoridade e imposição de limites. Roberta esclarece que essa responsabilidade é sempre dos pais. São eles que precisam mostrar quais são as “regras do jogo” e estabelecer se seus companheiros têm ou não liberdade para fazer cobranças.


“O que não funciona é o padrasto ou a madrasta chegar com uma norma que nunca foi exigida antes. Nesses casos, é preciso entender primeiro a situação antes de conversar com a criança, porque a sua rotina pode ser diferente”, destaca Roberta.

Nas situações em que um dos pais é ausente e a convivência com a madrasta ou padrasto é mais próxima, Marina afirma que a interferência na educação pode ser efetiva, já que o cônjuge terá um papel maior na vida familiar. “Sempre lembrando que se deve conversar com o parceiro sobre qualquer decisão a ser tomada, pois a autoridade ainda está com a mãe ou o pai”, diz.


Dicas dos especialistas

Se você se identificou com alguns dos exemplos citados, veja as dicas de Roberta e Marina para superar o desafio de uma convivência agradável e harmoniosa entre padrastos, madrastas e enteados:

  • Não se imponha ou coloque seu novo parceiro como “substituto”, tanto no caso de pais vivos quanto de falecidos.

  • Seja amiga, atenciosa e mostre-se disponível para o diálogo. Incentive esse mesmo comportamento do seu novo companheiro com os seus filhos, se for o caso.

  • Competir com a criança para disputar a atenção do parceiro é um grande erro. Lembre: você escolheu alguém que já tem filhos para recomeçar a vida.

  • Em casa, tenha um lugar para receber os enteados. Sempre que possível, convide-os para passar fins de semana juntos. Acolhê-los com carinho e atenção contribui muito para conquistá-los e garantir a boa convivência.

  • Procure não fazer distinção entre filhos e enteados na hora de tomar decisões que afetem a família toda. Agora, todos fazem parte de um mesmo lar.

  • Não fale mal dos pais para os enteados. Mantenha sempre uma postura de respeito em relação a eles.

  • Valorize o novo companheiro. Elogiar e mostrar o quanto todos estão felizes com a sua companhia colabora para que as crianças se sintam seguras.

  • É fundamental explicar bem o fato de que “papai e mamãe” não estão juntos por motivos específicos, e não por culpa da madrasta ou do padrasto.

  • Mesmo que os pais não tenham muito contato com os filhos, devem exigir obediência e disciplina. Dessa maneira, diminui-se a possibilidade de conflitos entre as crianças e o novo parceiro.

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